segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eu gosto de você exatamente do jeito que você é.

Ontem a noite fiquei sabendo de um fulaninho que expôs o preconceito que tem, boatos ou não, me serviu de inspiração e me deu coragem de falar sobre mim mesma.
De acordo com a rede social Twitter (me sigam: @bbialcantara), ele abriu seu preconceito falando sobre cabelo duro.
De acordo com a banda que ele participa, as fãs são adolescentes e essa é a fase mais complicada de todos nós, foram poucos que passaram pela adolescência sem um trauma, mesmo que pequeno. É nessa fase que meninas, e meninos, tentam se suicidar, por problemas de aceitação, entre diversos outros motivos.

Não sou especialista no assunto, mas posso falar de mim, o que eu passei.
Sempre fui magrela, muuuuito magrela. Quando tinha meus 6, 7 anos, uma "coleguinha" da escola veio me perguntar:
-Você é assim mesmo ou está doente?

Eu era uma criança, mas aquilo iria me afetar pro resto da minha vida, crianças são cruéis.
A partir daí, só fui ficando com mais vergonha a cada ano que passava.
Até minha mãe tentava me obrigar a comer. Teve a vez da vitamina de abacate: ela colocou o copo na mesa e disse que eu tinha que tomar, como me recusei, ela me bateu. A cada ordem para eu tomar e a cada recusa minha, era uma chinelada, eu chorava de soluçar, minha mãe desistiu por cansaço e eu não tomei. Até hoje não gosto nem de ver abacate, não preciso nem falar sobre comer algo de abacate né...

Na adolescência, eu não usava short, não usava saia,...Tinha pavor que vissem minhas pernas. Era um sofrimento quando tinha educação física na escola, eu ia com o short por baixo da calça porque eu não iria só de short NUUUUUUUUUUUUNCA!
Até minha mãe, a mulher de quem herdei essa genética que na minha opinião, na época, era maldita... Até ela me sacaneava, eu colocava uma calça mais apertada e ela falava que eu estava com uma tábua no meio das pernas, porque minhas pernas não juntavam, por serem finas demais (Pequeno detalhe: minha mãe era igual, só deixou de ser quando teve meu irmão, que é 11 anos mais novo que eu). Parecia que tudo que ela ouviu sobre si mesma, a fez querer usar contra mim, sua própria filha. Isso me afetava mais ainda, porque se minha mãe falava essas coisas de mim, o que as pessoas na rua falariam???

Com o passar dos anos, eu adaptei esse meu trauma (por não usar shorts e saias) por um estilo, na época, que era pouco usado, pelo menos entre as meninas. Comecei a usar calças largas, conhecidas antigamente como calças de skatistas e de dançarinos de street dance. Me juntei a um grupo de skatistas, famosos por colocarem medo nas pessoas, e formei um grupo de dança. A partir daí, minha autoestima deu uma elevada. As pessoas me olhavam e falavam comigo coisas do tipo: "Você dança bem", "Queria dançar como você",...
Mas não durou muito, eu estava indo muito mal na escola e meus pais me proibiram de continuar a dançar.

Tudo voltou a desmoronar de novo.
Terminei a escola, fui pra faculdade e...entrei em depressão. Depressão com síndrome do pânico, não conseguia sair sozinha de jeito nenhum, não conseguia nem dormir sozinha. Tranquei a faculdade, achei que era o meu fim, pensei em eu mesma acabar com a dor ao invés de esperar a minha hora. Na minha cabeça, eu tinha total certeza que minha hora de morrer estava chegando, eu só não queria esperar. Desmanchei noivado, me afastei de todo mundo, não aceitava visitas, tranquei faculdade...
Até que...Passou! Não passou como se não houvesse existido, mas fui superando pouco a pouco, com a ajuda de médicos e remédios, obviamente.
Voltei pra faculdade, terminei, recomecei minha vida social, passei a usar saias (compridas, mas já era uma superação!). Engatei novos relacionamentos, morei fora do país SOZINHA (essa parte de superação é bem importante!), voltei para o Brasil, me casei, vivo em outro estado, longe dos meus pais, dos meus amigos,... E...voltei a ter recaída.
Pois é, depressão e síndrome do pânico são doenças cruéis, não têm cura. Você acha que está bem, até achar que vai morrer a qualquer momento de novo. Só que a diferença é que hoje eu sei o que tenho e eu sei quem sou!

Vejo meninas novas, bonitas, perfeitas, se achando gordas, tendo bulimia ou anorexia porque desejam ter o meu corpo. As meninas de hoje se matam por causa disso. Não falo no sentido figurado, falo no literal, cometem suicídio!!!



Há algum tempo atrás vi que a moda era emagrecer para que as coxas não encostassem uma na outra. Gente! Sempre sofri por isso e agora estou na moda??? (Foi exatamente o que eu pensei quando li, não lembro aonde, sobre essa modinha).

As meninas com vergonha dos seus cabelos há anos e hoje há uma forte propaganda sobre assumir os cachos, assumir o cabelo crespo,...

Isso é ótimo!!! Temos que nos amar como somos!!! 

Magrela, gorda, alta, baixa, cabelo cacheado, crespo,...
Sempre vai ter uma "meia pro seu pé"!
Sempre terá alguém que te ache linda como você é!!!
Que goste de você e te valorize!!!

Não esqueça: Você tem que se amar para que possa ser amada, se você se gostar pelo que é e se valorizar, as coisas vão mudar.
Claro que não da noite pro dia, tenha paciência!


Até que um dia, você conhecerá um (ou uma) Mark Darcy (personagem de 'O diário de Bridget Jones') e ele (ela) te dirá: "Eu gosto de você exatamente do jeito que você é.".






Paz e Luz!!!
Bjuuuuu



Blessed Be